BRUGES 2010
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História em prédios: Ao fundo, na foto acima, pode-se ver o campanário de Bruges
Além da arquitetura típica em Bruges, existem muitos prédios e locais de relevância histórica. O mais famoso deles é o Campanário de Bruges (EN: Belfry of Bruges NL: Belfort van Brugge), impressionante torre bem no Grote Markt, o mercado central da cidade - aliás, lindo. O prédio é meio que símbolo da cidade, tem papel central no fim do filme In Bruges, e é parte de outro Patrimônio da Humanidade, os campanários da Bélgica e França.
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BRUGES, A VENEZA DO NORTE
A Grand Place faz jus ao nome - assim em francês por comodidade do escriba, já que a língua de Montaigne não parece gozar de grande popularidade nessas latitudes. O antigo e venerável Grote Markt, dominado pela sua altíssima torre com cerca de oitenta e três metros de altura, ocupado outrora com as funções defensivas de posto de atalaia, representa frequentemente um factor de tortura para os fotógrafos amadores apostados em levar para casa a praça inteira e de uma só vez numa única imagem. Como Deus escreve direito por linhas tortas, estará longe de ser maioritária esta obsessão entre os turistas que se passeiam por Bruges, mas não deixa de ser divertido observar as peripécias das objectivas ávidas de num único disparo engolir toda a amplidão da praça e com ela o topo da torre, famosa não só pela sua altura mas também por acolher um carrilhão com quarenta e sete sinos.Tal como Veneza, Bruges deixa-se conhecer melhor através dos canais |
Para a fotografia, mais fácil é subir os mais de trezentos degraus da torre (o exercício não oferece dificuldades intransponíveis) e daí lançar o olhar em voo rasante sobre os telhados do centro histórico e sobre a rede de canais repleta de barquinhos atarefados num vaivém incessante, transportando turistas que se revezam constantemente nos cais. Entre o tom dominante do castanho dos telhados em escadinha espreita uma floresta policromática de águas-furtadas - os ferros retorcidos das antenas de televisão há muito que foram banidos.
Lá em baixo a praça regurgita de gente inquieta deslocando-se a pé, de caleche ou de bicicleta, uma vez que o centro da cidade está completamente vedado ao trânsito automóvel. Esta praça, cujo traçado ficou definido no século XII, foi noutros tempos local privilegiado de trocas comerciais no burgo, e ainda hoje, aos domingos, se faz palco de um mercado tradicional que remonta ao fim do primeiro milénio, ao ano de 958, de acordo com as crónicas que registam a história da cidade. No lado oposto à torre, perfila-se uma série de casinhas coloridas, com as fachadas revestidas de pequenos ladrilhos vermelhos ou acastanhados e telhados em cunha, alinhadas como meninas bem comportadas à espera de ganharem o céu. Muitas albergam restaurantes e esplanadas, que nas manhãs de sol de Bruges se enchem de gente indolente. Não haverá em Bruges, talvez, melhor miradouro para o exercício de um olhar mais próximo e cúmplice com a vertigem das hordas de turistas que cruzam o velho burgo.
OS CANAIS DE UM IMAGINÁRIO PARTILHADO
Aos canais, bem menos labirínticos que os seus congéneres venezianos, chamam-lhes por ali “reien” e são outro dos ex-líbris da cidade. Já tiveram outras funções, mais prosaicas, sem dúvida, mas continuam na actualidade a desempenhar um papel importante para a economia de Bruges.Algumas das casas mais antigas de Bruges estão nas margens do canal Groenerei |
Espalhados pelo centro da cidade existe cerca de uma dezena de cais de embarque, pouso para as numerosas lanchas que por um preço razoável levam os turistas durante pouco mais de meia hora numa viagem comentada através dos principais canais do centro da cidade, entre eles o Groenerei, junto ao qual podem ser vistas algumas das casas mais antigas, cuja estrutura e parte dos elementos decorativos sobreviveram desde a Idade Média. São percursos que integram aqui e ali passagens por pontes centenárias: numa delas, a caminho do bucólico lago Minnewater, há que baixar a cabeça, tal o estreito espaço que sobra entre o nível de água e o arco de pedra. Nota curiosa sobre a onomástica de Bruges: há quem sugira a hipótese de o nome da cidade (Brugge em flamengo, derivação provável de Brug, que significa ponte) estar relacionado com a existência de numerosas pontes, actualmente em número ainda superior a meia centena.
Quem repete passeios de barco ouvirá o discorrer monótono da chamada de atenção do guia para os mesmos pormenores e as mesmas insólitas histórias sobre o passado comercial da cidade. Os cais estão normalmente repletos de longas filas de turistas que se acotovelam à espera do próximo barco. São, na maioria, grupos organizados por agências de viagens - Bruges não tem aura de destino predilecto de viajantes solitários. O excesso de beleza pedirá talvez uma espécie de contraponto humano, uma arquitectura de vozes e desejos imprevisíveis a marcar as horas contadas de uma visita que muitos viajantes concentram num dia inteiro, como complemento a uma estada em Antuérpia ou em Bruxelas. O alojamento tem a fama de ser pouco acessível, é certo, mas também não é menos verdade que existem alternativas mais em conta para bolsas menos prevenidas.
As alternativas aos passeios aquáticos incluem deambulações pseudo-românticas de caleche, cujo preço implica mais do que voluntariosa generosidade do cliente, ou então umas pouco esforçadas itinerâncias em bicicleta (com a opção de acompanhamento por um guia), uma vez que a cidade é praticamente plana, ou não se estivesse no “plat pays” da famosa canção de Brel.
DO ESPLENDOR DAS FACHADAS DE BRUGES AO PATRIMÓNIO MAIS INTERIOR
Atrás das fachadas da cidade oculta-se uma Bruges interior que valerá a pena não perder. Um bom plano para esta deriva faz, aliás, todo o sentido, conhecendo-se os proverbiais caprichos da meteorologia belga. A Câmara Municipal, por exemplo, pode ser um dos pontos de partida deste circuito. Para além do esplendor gótico da fachada, existe no interior uma sala do mesmo estilo coroada por uma abóbada em madeira de carvalho magnificamente trabalhada.A praça central de Bruges, o Grote Markt |
Mesmo ao lado, na Igreja do Santo Sangue, que combina o românico e o gótico, guarda-se uma relíquia muito venerada localmente, umas quantas gotas do sangue de Cristo, supostamente trazidas por um providencial cruzado no século XII. Todos os anos, no início de Maio, realiza-se em Bruges uma procissão que encena nas ruas de Bruges a entrega da relíquia, com grande aparato e numerosos intervenientes vestidos com trajes da época. Ambos os edifícios se encontram na Praça Burg, não muito longe do Grote Markt. A Igreja de Nossa Senhora, no cruzamento do canal Dyver com a Mariastraat, encerra também uma surpresa, uma “Madona com o menino” assinada por Miguel Ângelo.
Quanto a museus, os amantes de antiguidades não darão por perdido o seu tempo no Gruuthusemuseum. Aí encontrarão uma ampla colecção de mobiliário e objectos renascentistas, enquanto no Brangwyn, uma espécie de museu da cidade, poderão ficar a conhecer muitos aspectos da história de Bruges através de gravura e pintura antigas, assim como através de um acervo notável de uma das mais populares tradições artesanais da cidade, as rendas de bilros.
Mas a que será sem dúvida alguma a mais marcante das visitas de carácter museológico será a do Groeningemuseum, onde poderemos apreciar uma notável colecção de pintura flamenga, particularmente de dois importantes nomes como os de Jan Van Eyck e Hugo der Goes. Outro pintor flamengo que marcou a pintura local no século XV foi Hans Memling cuja obra se encontra quase toda reunida no museu com o seu nome instalado no interior do antigo Hospital S. João.
Talvez o viajante, após a densidade destas visitas, se possa ver, enfim, mais apetrechado para resistir ao apelo do kitsch, presença inevitável nos destinos mais procurados pelo turismo contemporâneo. No caso de Bruges, ainda que as rendas e bordados tradicionais se encontrem representados com dignidade em casas de reputação irrepreensível, é esse domínio onde o gosto popular adulterado pela pressão da produção e do consumo massificado mais se faz sentir. Ao viajante restará outra esperança ainda, a de que a aura tão incensada das cervejas belgas não tenha perdido o seu fundamento. Há um número bastante de cafés e cervejarias de Bruges onde o viajante pode tirar dúvidas.
UMA CERVEJA EM BRUGES
Arquitectura flamenga no Grote Markt, Bruges, Bélgica |
Muitos dos pratos da gastronomia belga - em que predominam os proverbiais mexilhões confeccionados de várias formas - são frequentemente acompanhados por cerveja. A bebida emblemática do país de Tintin é produzida em cerca de meio milhar diferentes variedades, o que se traduz num verdadeiro potencial para cobrir todos as paixões e paladares, e consumida praticamente em qualquer ocasião e a qualquer hora do dia. Pretas ou loiras, mais ou menos frutadas, com pouco ou muito álcool, algumas são fabricadas de acordo com métodos tradicionais e em quantidades limitadas. Diz-se na Bélgica que se bebe cerveja “quando ganha a nossa equipa, mas também quando perde”.
Por toda a Bélgica existem bares, brasseries ou cafés especializados nesta bebida totémica dos belgas. Em Bruges há alguns endereços bem conhecidos, que não esgotam, naturalmente, a oferta e as surpresas de outros locais igualmente agradáveis e inscritos nessa velha tradição dos Países Baixos, os “cafés castanhos”. Das inúmeras opções possíveis entre uma vasta oferta, ficam as seguintes sugestões: Grand Café du Theatre (Kuiperstraat, 14); 't Hof van Rembrandt (Eiermarkt, 10); 10); Michel & Eddy Derycker (Vlamingstraat, 2); Filip Tijssen (Zand, 5).
No Gouden Boom (Verbrand Nieuwland, 10), entre Maio e Setembro, é possível visitar uma unidade de produção tradicional, tal como acontece com o De Halve Maan, onde é produzida a cerveja Straffe Hendrik. Um dos mais antigos e personalizados cafés da cidade é o Vlisseghem (na Blekersstraat), instalado num edifício do século XIV, e sem dúvida um local inesquecível para saborear uma cerveja em Bruges.
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